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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Os Contos de uma Vampiresca. Cap 1 - parte 1

13:12:00 Posted by Unknown No comments

Essa é a primeira parte da história "Os Contos de uma Vampiresca" e eles serão publicados todas as quartas aqui no Rumo ao Campus! vocês poderão acessar através do aba: Literatura .

1. As Quedas da Lua


Era um dia terrivelmente ensolarado naquela manhã e nem mesmo o lago que ficava a poucos metros da nossa nova casa trazia o frescor que eu imaginei existir. Nunca fui animada com mudanças, mas as vezes nossas vidas rolam por uma montanha-russa e quando menos damos conta estamos no meio daquele loop mortal e, bom, mortal é algo que me vem à mente sempre que minhas presas se deitam numa pele macia.

Tudo começou no início da primavera e a história é um pouco longa, meio que melodramática então vou poupar os detalhes e chegar na parte que interessa, isto é: como eu vim parar em Munfall. Em outro momento conto tudo, porém é importante eu deixar registrado que estou aqui não porque quero, mas porque precisei. O que fazer quando acorda no meio da madrugada com uma sede misturada à fome que contorce suas entranhas? Foi assim que levantei no meio da noite, com a cabeça latejando e uma dor no estomago misturada com minha boca seca e minhas presas afiadas pulsantes por morder uma carne bem suculenta...

Naquela noite sai pela janela com minhas roupas longas e brancas de cetim esvoaçando com a brisa o cheiro das flores noturnas impregnavam meu olfato, porém aguçado o suficiente para localizar um casal de namorados dentro do carro trocando carícias escusas e inapropriadas até mesmo para aquele local. Foi nessa noite que a sede despertou outro lado em mim que eu não conhecia eu era uma caçadora cheia de armas para atrair minhas presas e se não pudesse atraí-las eu percebi que podia hipnotiza-las. Infelizmente a noite não acabou bem. Drenei muito sangue dos dois ao ponto de eles ficarem desmaiados e molengas infelizmente como as outras vítimas que fiz em uma semana essas tinhas as marcas de minhas presas, eram encontradas desmaiadas e na frente de algum hospital, pois eu mesmo que tivesse vontade de suga-las até a última gota permanecia em meu cerne um tantinho da Vanessa, a bruxa boazinha que fui.


Retornava para casa antes do sol aparecer no horizonte, pois outra coisa que aprendi sozinha foi que ficar exposta muito tempo ao sol é o mesmo que colocar uma lupa sobre uma formiga e concentrar os raios de luz ali a formiga morre, no meu caso queimo até virar cinzas. Terrível fim por pouco me salvei e não quero passar por isso de novo a não ser que nos velhos livros de magia que a muito tempo não abro ache alguma solução na alquimia. Bom, bruxaria era algo que eu amava, minha varia se estatelou infelizmente, quando fui usá-la sendo uma vampira ou melhor: ela se partiu em pedaços no primeiro feitiço que tentei lançar em mim mesma para ter um pouco mais de sorte, pois a onda de azar e dores iniciou quando me entreguei alguém que não me merecia. 

Eu vivo apenas com meu irmão mais novo, Aurion, e nossos pais se mudaram após o falecimento de nossos avós, na verdade eles foram para uma viagem ao redor do mundo para conhecer novos povos e culturas -certamente perceberam que a vida é passageira até para nós, bruxos- e em uma dessas viagens encontram um cantinho que nos deixaram apaixonados ao ponto de querer estabelecer moradia. Encontraram em um desses vilarejos antigos de ruas de Pedra uma comunidade bruxa e entre eles um ramo da nossa família e foi assim que nossos pais deixaram para nós uma considerável quantia em dinheiro uma casa enorme e essa casa, ou quase uma cabana comparada à outra, que costumávamos dizer que era nosso refúgio de campo. Eu estava desempregada na cidade onde morávamos, Bosquerrio, e Aurion, bom, estava concluindo sua graduação em jornalismo e sonha algum dia aparecer na televisão como âncora do jornal da noite. Na condição em que me encontrava era impossível arrumar qualquer coisa para mim, pois não posso sair durante o dia e, além disso, por anos desconfiaram que nossa família fosse ligada a bruxaria - preciso dizer ainda que toda sorte de fantasias eram associadas a imagem de bruxos, não que estivessem de todo errados, mas exageravam principalmente em alguns boatas que escutava. 

Quando eu era mais jovem alguns colegas me chamaram de bruxa e cria de feiticeiros achei muito engraçado e ri alto. Uma vez  escutei um deles comentar que já havia visto minha mãe sair levitando pelas ruas e outros juraram que ela as vezes se esquecia de esconder os olhos amarelos e fendidos igual dos gatos que ela possuía - nessa noite fui escondido até a casa de um deles e lancei um feitiço muito simples de chamariz para pequenos animais pouco tempo depois inúmeros gatos apareceram no jardim da casa e subiam no telhado fazendo muita bagunça - os olhos de quem não havia dormido direito no dia seguinte na aula me deixou satisfeita . O tempo passou e quando cresci parece que todos os olhos me seguiam pelos cantos observando meu comportamento a sorte é que sempre fui metódica e criei hábitos ditos normais até que fui transformada em uma criatura da noite. Se esses vizinhos enxeridos começassem a criar histórias sobre mim não estariam errados até mesmo se começassem a desconfiar de meus hábitos novos, pois eu sempre corria pelas manhãs e passava na quitanda na volta comprava ervas e especiarias para o almoço, mas morar em uma cidade pequena é assim a vida íntima é exposta tão rápido quanto a língua das vizinhas fofoqueiras consegue estalar.

Aurion notou que eu estava diferente já que raramente saia do quarto e minha pele pálida como a lua destacava num brilho bruxuleante as vezes. Ele, entretanto, achou que se tratava de algum encanto que eu usara e por isso outro dia me perguntou o que andava praticando, pois ele tinha medo de que eu acabasse com nosso tio: traído pela própria magia e afundado em energias negras e perversas.

Na manhã seguinte ao ataque ao casal a notícia se espalhou rápido e de forma assustadora foi aí que decidi me mudar e levar Aurion comigo, não havia escolha, precisávamos sair dali o quanto antes. A família dos “estranhos” logo seria procurada e eu não queria estar na cidade para responder qualquer coisa, mais que rápido lembrei de nossa casa de campo em Munfall sem sombra de dúvidas era para lá que iríamos começar uma nova vida.


Foi muito fácil convencer meu irmão e a noite quando sentamos para uma conversa ele compreendeu que seria melhor nós mudarmos para Munfall, pois lá era uma cidade maior e tinha um noticiário local lugar propício para ele mostrar seu talento e inteligência. Sua resistência foi muito fácil de ser vencida e nem precisei usar de minha hipnose, meu irmão tinha cede por mudanças e por se dar bem em sua carreira e era notório que ali onde morávamos não havia lugar para jornalista- mesmo porque a vizinhança já contava com uma rede muito boa de informações e as inúmeras línguas incansáveis por trás dela se sentiam satisfeita em manter a cidadezinha bem esclarecida e ludibriada com a falácia. 
(...)
                               




fim do Cap 1 - parte 1

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