Perdido na Universidade nunca mais!

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Os Contos de uma Vampiresca. Cap 1 - parte 2

19:00:00 Posted by Unknown No comments
A história não pode parar! Estamos na continuação do Cap 1 -parte 1. Caso você não tenha lido o início desse conto acesse AQUI.
Todas as quartas um nova parte dessa história estará aqui no Rumo ao Campus! Acesse pela aba Literatura.

(...)

1. As Quedas da Lua (continuação)



Aquelas velhas paredes e pedra e a estufa da mamãe com todas as raízes e ervas que usava em sua alquimia tão prestativa ficaria para trás. A lareira era onde nos sentávamos no inverno para contar histórias e nos deliciar de abobrinhas recheadas e biscoitos caseiros. Meu pai tinha uma biblioteca muito bem abastecida com livros raros sobre magia e feitiços além de uma sala para treinar certos encantos que não se podiam conjura-los por aí. Certamente o que eu mais vou sentir falta será do meu quarto ele era grande e bem no alto de modo que eu podia ver a cidade quase toda – nossa casa ficava no alto de uma colina e isso ajudava na visão pela minha janela- além disso ele era aconchegante e como ficava praticamente sobre a cozinha se enchia com o cheiro de café da manhã sempre que era feito, quando mamãe cozinhava as tortas então mal conseguia ficar no quarto de tão cheiroso que ficava.

Aurion me perguntou, no dia em que iriamos viajar para nova casa, se eu estava bem comigo ou se eu gostaria de conversar sobre algo -  ele sempre foi muito esperto, mas eu mais ainda. Obviamente disse que estava tudo bem e que não tinha nada com o que se preocupar e na verdade gostaria que ele entendesse que o motivo pelo qual eu gostaria de mudar a noite era porque não queria os vizinhos nojentos acompanhando nossa retirada. Ele percebeu que algo de errado havia comigo, mas nunca pode reparar bem o que era e devo confessar que fui salva pelo último semestre da faculdade dele, pois quase nunca parava em casa e dificilmente nos encontrávamos até porque ou eu não saia do quarto ou quando saia ele já estava dormindo.

Aurion passou o último ano da faculdade angustiado, pois não conseguiu dedicar seu tempo na pratica da magia os estudos arcanos tomavam muito tempo e requer bastante concentração e infelizmente ele sentiu que o período sem prática foi bem severo ao tentar esfriar uma jarra de água ela simplesmente estourou, pois, a água havia congelado por inteiro. É claro que eu não conseguia mais utilizar a magia e não fiz questão de reparar o estrago que foi feito quando os cacos de vidros estilhaçados voaram por toda parte da sala, ri bastante e sai bem rápido para não ser julgada nem requisitada para ajudar na limpeza -  eu mal podia levantar uma vassoura com a varinha, aliás eu mal tinha uma varinha para erguer uma vassoura.

Naquela noite de despedida deixei tudo como estava. A cama o guarda-roupa no canto levei apenas minha penteadeira, nem mesmo meu baú com várias memórias carreguei. Minha mala estava suficientemente pesada com todas as conquistas que eu iria correr atrás naquela nova cidade -Ah! Munfall é bem mais sombria que esse vilarejo, pois la as grandes montanhas que cercam a cidade jogam sua sombra por todo o vale boa parte do dia e mesmo nos verões eu terei um momento que não serei incomodada pela claridade.

Partimos com a lua alta e amarelada no céu da última noite de primavera, amanheceríamos no verão em nossa cabana às beiras do Lago Ronco. Munfall conhecerá Vanessa e sem sombra de dúvidas todos os homens irão rastejar a meus pés e todos irão se sucumbir ao meu poder e nenhum irá atingir meu coração e destroçá-lo. La eu viverei bem serei uma integrante nova na cidade e, além disso, Munfall é conhecida pelo seu apreço ao desconhecido, às lendas e ao cultivo de histórias antigas – tudo o que eu preciso para passar desapercebida. Será meu renascimento, mesmo que eu me sinta, por vezes, morta.

Fim do Cap 1.


2. Lembranças



Nascida em uma família tradicional e bem falada numa cidade pequena não é fácil. Imagina andar pelas ruas e ser reconhecida não pelo seu nome, mas por sua filiação ou por quem foi seu avô ou bisavó isso é algo que me incomodava muito desde minha adolescência, pois eu estava em busca de uma identidade própria algo bem comum entre meninos e meninos com seus 13 anos de idade. Em Bosquerrio não existia muito disso de identidade, as pessoas eram padronizadas no estilo da cidade e, até mesmo as roupas, eram as que cidade permitia. Sim, roupas muito diferentes eram vistas de forma bem preconceituosa ao ponto de você passar constrangimento com tantos olhares rabugentos para sua direção ocorria que, entretanto, as pessoas temiam minha família.

Não sei ao certo quando meus antepassados chegaram em Bosquerrio e se estabeleceram, mas certamente foram um dos primeiros morados a desbravar a região e fixar moradia. Claro que éramos peculiares e era necessário manter isso em segredo, pois a mesma cidadezinha que julga sua roupa pode fazer um grande alvoroço caso descubra pessoas envolvidas com magia ou com o sobrenatural e, por sorte, meus antepassados souberam bem como fazer isso. Minha bisavó era uma mestra na alquimia e sabia receitas de poções inimagináveis com toda a variedade de efeitos desejáveis, mas para as pessoas ela era a senhora das hortaliças e dos chás adocicados e bem preparados – devo confessar que muitas pessoas vinham buscar um chá que desperta o amor e outras aquele que dará uma bela diarreia num certo alguém pouco desejável. No fundo as pessoas gostavam de ser enganadas e as suspeitas que surgiam viravam nada mais nada menos que fofocas.

Mas algo que as pessoas nunca entenderam era o motivo pelo qual todos nós vivíamos muito, tínhamos bastante dinheiro e, por um deslize ou outro de alguém da minha família, certos acontecimentos inexplicáveis nos circundavam – como uma vez que a mercearia da Rua das Camélias começou a pegar fogo rapidamente e as labaredas altas queimavam tudo causando um estrago que chegaria as casas vizinhas não fosse meu pai. Nessa tarde algumas pessoas alegaram ter visto ele do alto da colina – onde morávamos- gesticular e apontar para os seus, e para piorar, juraram de pés juntos que um raio azulado irrompeu de algo que ele segurava – o melhor está por vir – e após esse raio atingir os céus uma grande nuvem de tempestade se formou por toda a cidade e a chuva desceu abundante. Os bombeiros locais estavam longe nesse dia, pois murmúrios de afogamento os levaram para outra para um rio que passa próximo aos campos de trigo na área rural de Bosquerrio.



Esse fato foi o mais recente que a cidade tem em memória, mas claro que meus antepassados deixaram escapulir alguns fatos que, na soma final, nos colocaram como os estranhos. Minha família era por isso tradicional daquele lugar e também com os nossos costumes e hábitos, por exemplo alguém se casar com outra pessoa que não fazia parte do meio pode se dizer que seria improvável – e, diga-se de passagem, que eles não estavam errados... 



(Continua...)

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